terça-feira, 12 de maio de 2009

Os Protocolos dos Sábios de Sião


Os protocolos dos sábios de Sião é um panfleto antisemita publicado pela primeira vez em 1903, na Rússia czarista cujo objetivo era justificar ideológicamente os pogromos que sofriam os judeus.
O texto seria a transcrição de supostas reuniões dos 'sábios de Sião', em que estes detalham os planos de uma conspiração judia, a qual estaria em controle da maçonaria e os movimentos comunistas, estendida por todas as nações da Terra, e teria como fim o poder mundial.

Os protocolos dos sábios de Sião é a publicação antisemita mais famosa e amplamente distribuída da época contemporânea. Suas afirmações a respeito dos judeus, continuam circulando até hoje, especialmente pela Internet.

Muito lido e citado por setores antisemitas, sua verdadeira autoria resulta confusa. A teoria mais aceita diz que foi obra dos serviços secretos czaristas, que buscavam desacreditar à esquerda bolchevique os acusando de colaborar com a conspiração judia expressada no livro (Marx, Trotsky e Kérensky, por exemplo, eram de ascendência judia). Os teóricos da conspiração assinalam geralmente que estas reuniões se teriam levado a cabo no Primeiro Congresso Sionista de Basilea (Suíça), de 20 a 31 de agosto de 1897, presidido por Theodor Herzl. No entanto, não há evidências disso.

Em dezembro de 1901, uma escura personagem conhecida como Sergei Nilus afirmou ter traduzido para o russo uns textos que em conjunto titulou Os protocolos dos sábios de Sião. Durante os primeiros quinze anos, os Protocolos tiveram escassa influência. A partir de 1917 venderam milhões de exemplares em mais de vinte idiomas.

Desmistificando

Os Protocolos é uma obra de ficção, escrita intencionalmente para culpar aos judeus de uma variedade de males. Os que a distribuem afirmam que documenta uma conspiração judia para dominar o mundo. Mas a conspiração e seus supostos líderes, referidos como "os sábios de Sião", nunca existiram.
A criação deste documento assinalou-se como um claro exemplo da persistência das teorias conspirativas que, em uma cojuntura política de crise social, avivam os preconceitos e as fobias ao proporcionar uma cartada ideológica para o antisemitismo. Assim, entre outras ações, este falso texto inspirou o massacre de 60.000 judeus na mãos das autoridades bielorrussas.

No Nazismo

Os Protocolos também passaram a ser parte da propaganda nazista para justificar a perseguição dos judeus. Converteu-se em leitura obrigatória para os estudantes alemães. No holocausto: a destruição do povo judeu na Europa (1933-1945), Nora Levin afirma que "Hitler utilizou os Protocolos como um manual em sua guerra de exterminio dos judeus"
A partir de agosto de 1921, Hitler começou a incorporar em seus discursos, e foram tema de estudo nas aulas alemãs após os nazistas chegarem ao poder. No apogeo da Segunda Guerra Mundial, Joseph Goebbels (ministro de propaganda nazista) proclamou: "Os protocolos dos sionistas são tão atuais hoje como o foram no dia em que foram publicados pela primeira vez".
Nas palavras de Norman Cohn, isto serviu para os nazistas como autorização do genocídio.
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