segunda-feira, 11 de maio de 2009

O Primeiro Concílio de Niceia


O primeiro Concilio ecumênico celebrou-se no ano 325 em Nicéia (atualmente Iznik), cidade da Ásia Menor na Turquia e foi convocado pelo Imperador Constantino I o Grande, por conselho do bispo São Osio de Córdoba.
O objetivo de Constantino era manter unido o Império romano, em grave risco de divisão, unificando às diversas facções religiosas que nesse momento se enfrentavam por diferentes crenças. Existiam três correntes cristológicas do cristianismo no século IV.


Assistiram ao Concilio mais de trezentos bispos presididos por Osio de Córdoba em nome do Imperador, e o Papa Silvestre I enviou dois sacerdotes romanos: Víctor e Vicentius para que lhe representassem. Quase todos os pais conciliares condenaram a doutrina de Arrio, que afirmava que o Filho era uma criação de Deus. No entanto, os semiarrianos, que eram a grande maioria no Concilio, se opuseram à palavra proposta por Atanasio, devido a que esta sugeria que o Pai e o Filho eram o mesmo.


O Imperador Constantino, mesmo sem entender os detalhes das discussões de teología grega, notou que o grupo de Atanasio não cederia, e seria complicado manter a ordem do Império. Por esta razão, e aconselhado por Osio, decidiu em favor de Atanasio, proclamando que Jesus era consustancial com o Pai. om esta fórmula como base, se compôs o Credo Niceno no que se resumia a doutrina cristã, particularmente no que se refere ao Logos. Este símbolo ou credo propôs-se imediatamente na assembléia.


Constantino declarou que aqueles que não aceitassem este símbolo seriam desterrados. Arrio e Eusebio de Nicomedia não assinaram o credo e portanto foram condenados ao exílio e a queima de todos seus livros. No entanto, Constantino foi finalmente batizado por Eusebio de Nicomedia, que seguia sendo o ordinário e ao que se lhe tinham mantido suas dignidades eclesiásticas. Posteriormente levantou-se a condenação civil à doutrina arriana e Arrio foi perdoado, porém morreu repentinamente em circunstâncias estranhas quando teria de novo seus privilégios eclesiásticos.
Uma das decisões do primeiro Concilio de Niceia que teria mais conseqüências práticas foi a determinação das normas para o cálculo da data da Páscoa.

Texto do Concilio


A carta do Imperador (Constantino) a todos aqueles que não estão presentes no concilio:


"Quando surgiu a questão relativa ao festival sagrado da Pascoa, a ideia geral era de que seria conveniente que todos guardassem a festa em um dia; Depois que poderia ser mais formoso e mais desejável que ver este festival, através do qual recebemos a esperança da imortalidade, celebrada por todos em um acordo e da mesma maneira? Declarou-se que era particularmente indigno que sendo este o mais santo dos festivais tivesse de seguir os costumes (o cálculo) dos judeus, quem se tinham ensuciado sua mão com o mais temível dos crimes e cujas mentes estavam cegas.

Ao recusar seu costume, nós podemos transmitir a nossos descendentes a maneira legítima de celebrar a Pascoa; que temos observado desde o tempo da paixão do Salvador (de acordo ao dia da semana).
Portanto, não devemos ter nada em comum com o judeu, pois o Salvador nos mostrou outro caminho; tendo de seguir nossa adoração uma direção mais legítima e mais conveniente (a ordem dos dias da semana). E consequentemente, ao adotar esta maneira de ser, nós desejamos, amados irmãos, nos separar da detestave companhia do judeu.

Como poderiam estar no verdadeiro, eles quem, após a morte do Salvador têm deixado de ser guiados pela razão e agora se deixam levar pela violência selvagem de acordo a como o erro os incita? Eles não possuem a verdade quanto a esta questão da Pascoa, pois em sua cegueira e repugnancia para todos os melhoramentos, eles frequentemente celebram duas Pascoas no mesmo ano. Nós não poderíamos imitar aqueles que abertamente estão em um erro. Como então poderíamos seguir a estes judeus quem com toda certeza estão cegos pelo erro?
A celebração da Pascoa duas vezes em um ano é totalmente inadmissível. Mas ainda se isto não fora assim, seguiria sendo nosso dever não manchar nossa alma pela comunicação com tal gente malvada (os judeus).

Vocês deveriam considerar não somente que o número de igrejas nestas províncias constituem uma maioria, mas também que é correto exigir o que nossa razão aprova e que não deveríamos ter nada em comum com os judeus."


Consequência:


Este estatuto produziu o começo de um tipo de teología, na qual o cristianismo se coloca na posição de Israel na Biblia para tomar as promessas de Deus, mas as conseqüências do pecado e a desobediencia lhas segue atribuindo a seu "povo escolhido".
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Leia também:

* O Segundo Concílio de Nicéia
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