domingo, 1 de abril de 2012

Aleister Crowley, O Mago

Edward Alexander Crowley (ou Aleister Crowley, como ficou mundialmente conhecido), nasceu na Inglaterra em 12 de outubro de 1875; teve uma educação esmerada em Cambridge e pretendia seguir a carreira diplomática por influência de seu tio. Todos os elementos para uma vida prosaica, tranqüila e feliz se faziam presentes. Mas Crowley sonhou algo totalmente diferente. Seus interesses dirigiram-se para o alpinismo e xadrez, mas acima de tudo para a magia, que se tornou o grande objetivo de sua vida.

   Ele foi o co-fundador da A∴A∴ (Astrum Argentum) e eventualmente um líder da Ordo Templi Orientis, e é conhecido hoje em dia por seus escritos sobre magia, especialmente o Livro da Lei, o texto sagrado e central da Thelema, apesar de ter escrito sobre outros assuntos esotéricos como magia cerimonial e a cabala.

   Em muita de suas façanhas ele "iria contra os valores morais e religiosos do seu tempo", defendendo o libertarianismo baseado em sua regra de "Faz o que tu queres". Por causa disso, ele ganhou larga notoriedade em sua vida, e foi declarado pela imprensa do tempo como "O homem mais perverso do mundo".

   Ambos seus pais eram da Irmandade Reservada, uma facção mais conservadora de uma denominação Cristã conhecida como Irmãos de Plymouth, e seu pai costumava ser um missionário. Deste modo o jovem Crowley foi criado para ser um Irmão Plymouth, sujeito a leitura diária de um capítulo da Bíblia.

   Em 1880, uma irmã, Grace Mary Elizabeth, nasceu mas sobreviveu apenas cinco horas. Crowley foi levado para ver o corpo, em suas próprias palavras em As Confissões de Aleister Crowley, o qual escreveu em terceira pessoa:

   "O incidente criou uma curiosa impressão nele. Ele não entendia o porque de ser perturbado tão inutilmente. Ele não poderia fazer nada; a criança estava morta; aquilo não era de sua conta. Essa atitude continuou com o passar de sua vida. Ele nunca vistara outro funeral a não ser o do próprio pai, que ele não se importou em fazer, pois sentiu que ele na verdade era o centro de interesse."

   Em 1887, quando Crowley tinha apenas onze anos de idade, seu pai morreu de um câncer na língua. Ele iria mais tarde descrever isso como um ponto decisivo em sua vida. Ele se tornou continuamente cético sobre o Cristianismo, e foi contra a moralidade Cristã da qual foi ensinado.

   Em 1898, Crowley encontrou o químico Julian L. Baker, e os dois começaram a falar sobre seus interesses em comum sobre alquimia. No seu retorno a Inglaterra, Baker apresentou Crowley a George Cecil Jones, um membro da sociedade oculta conhecida como Ordem Hermética da Aurora Dourada. Crowley foi posteriormente iniciado na "Ordem Externa" da Aurora Dourada, no dia 18 de novembro de 1898, pelo líder do grupo, S. L. MacGregor Mathers. A cerimônia foi realizada no Salão de Mark Mason em Londres, onde Crowley aceitou seu lema e seu nome mágico de Frater Perdurabo, significando "Eu devo resistir até o fim."

   Entretanto, uma dissidência havia sido desenvolvida ao redor da Aurora Dourada, com MacGregor Mathers sendo deposto por um grupo de membros que estavam infelizes com seu regime autocrático. Crowley tinha inicialmente contatado esse grupo pedindo para ser iniciado em ordens superiores da Aurora Dourada, mas eles negaram a ele. Imperturbado, ele foi a MacGregor Mathers, que por uma grande quantia iniciou ele na Segunda Ordem. Agora leal a Mathers, ele tentou ajudar a interromper a rebelião, e sem sucesso tentou tomar o espaço de um local conhecido como a Abóbada de Rosenkreutz dos rebeldes.

   Nesta época, Crowley estava viajando o mundo. Em março e abril ele estava no Cairo, Egito, em companhia de sua esposa, Rose Kelly. O casal se entregava às alegrias da viagem de núpcias, mas nem por isso Crowley deixava de ser um Mago. Ele faz uma invocação de elementais do ar para sua jovem esposa, e qual não foi a sua surpresa, ao invés dos silfos a mulher começa a balbuciar: Hórus falava através dela.

   O deus prescreve então uma série de detalhes para um ritual de invocação, o resultado deste Ritual se da nos
dias 8, 9 e 10 de abril, nos quais Crowley recebe o Livro da Lei, um poderoso Grimório de instruções mágicas, a Lei da era de Aquário. Crowley se choca com o conteúdo do Livro, mas a força das revelações lá contidas, influenciando eventos históricos de magnitude gigantesca (Primeira e Segunda guerras mundiais, por exemplo), deixou fora de dúvida a veracidade, beleza e poder do Livro da Lei.

   Ditado por uma entidade de nome Aiwaz (que mais tarde Crowley associou a seu Eu superior). Nele, a Lei da nova era é sintetizada na frase "Faze o que tu queres há de ser o todo da Lei", e tem como contraponto e complemento "Amor é a lei, amor sob Vontade". Facilmente poderíamos imaginar um paraíso da libertinagem, mas a vasta obra de Crowley nos mostra que liberdade sim, mas com conhecimento, em suas próprias palavras:
"O tolo bebe, e se embebeda:
o covarde não bebe. 
O homem sábio, bravo e livre, bebe, e dá glórias ao Mais Alto Deus."

   Crowley criou uma série de potentes rituais para se autoconhecer e travar contato com inúmeras entidades; Deuses, Anjos e Demônios, sem falar em uma gama de símbolos de Poder e palavras de passe.

   Através destes Rituais, as pessoas entram em um novo universo (na verdade os abismos e alturas de seu próprio ser). Um bom exemplo é um Ritual chamado a Marca da Besta, uma alusão à marca recebida por Caim. Este ritual traz as energias do Novo Aeon ao praticante, quebrando uma série de condicionamentos e preenchendo-o com a energia dos quatro elementos encimados pelo Espírito. Um portal é aberto, um portal para a vida.


   Seus últimos anos, a partir de 1945, são vividos em Hastings, onde uma série de novos discípulos continuam recebendo instruções. E assim Kenneth Grant, John Symonds, Grady McMurty, conhecem-no. Desta época, vem sua última obra, consistindo numa coletânea de cartas dirigidas a uma jovem discípula, que foram publicadas bem mais tarde, após a sua morte, como Magick Without Tears.

   No primeiro dia de dezembro de 1947, aos 72 anos, Aleister Crowley, serenamente segundo alguns, exultante segundo outros, e ainda perplexo, segundo terceiros, falece, vítima de bronquite crônica e complicações cardíacas.

   Quatro dias depois, no crematório de Brighton, é realizada a cerimônia que ficou conhecida como "O Último Ritual" com a leitura de trechos da Missa Gnóstica, e de seu famoso Hino, a Pã.

   Em 2002, uma enquete da BBC descrevia Crowley como sendo o 73º maior britânico de todos os tempos, por influenciar e ser referenciado por numerosos escritores, músicos e cineastas, incluindo Jimmy Page, Alan Moore, Bruce Dickinson, Ozzy Osbourne, Raul Seixas, Marilyn Manson e Kenneth Anger. Ele também foi citado como influência principal de muitos grupos esotéricos e de individuais na posterioridade, incluindo figuras como Kenneth Grant e Gerald Gardner.

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quinta-feira, 29 de março de 2012

Lilith, a rainha do inferno


   Lilith é, segundo algumas interpretações, a primeira mulher de Adão, a primeira mulher criada por Deus e que antecedeu Eva. 

   Contudo, ao contrário de Eva, que foi criada a partir da costela de Adão e que por isso lhe era obediente, Lilith foi gerada em pé de igualdade com Adão, e por isso revelava traços de grande independência, o que desagradou ao seu esposo humano. 

   Lilith era também livre e lasciva, sendo que se recusava a sujeitar-se sexualmente a Adão, ou sequer submeter-se à sua suposta superioridade, (Lilith, inclusive, recusava-se a ficar debaixo de Adão durante o coito, sendo que Adão não aceitava essa posição de inferioridade do macho), o que muito desagradava ao primeiro homem.

   No primeiro capítulo do Livro de Gênesis, versículo 27, está escrito que: "Deus criou o homem à sua imagem e semelhança; criou-o à imagem de Deus, criou o homem e a mulher." porém no segundo capítulo versículo 18: "O Senhor Deus disse: "Não é bom que o homem esteja só; vou dar-lhe uma ajuda que lhe seja adequada." e é apenas no versículo 22 do segundo capítulo que Eva é criada: "E da costela que tinha tomado do homem, o Senhor Deus fez uma mulher, e levou-a para junto do homem.". É possível que no primeiro capítulo a mulher criada seja Lilith.

   Por assim ser, Lilith abandonou o Paraíso e fugiu para o Mar Vermelho, onde conheceu e manteve relações com diversos demônios. Ao perceber que a sua esposa tinha fugido, Adão queixou-se chorosamente a Deus. Deus ouviu os lamentos de Adão, e assim enviou 3 dos seus anjos para ir buscar Lilith e fazê-la regressar para junto do seu esposo. Lilith foi abordada pelos 3 anjos que a foram buscar, a quem maliciosamente respondeu que já não poderia regressar ao paraíso para viver na companhia do marido, pois já se tinha desgraçado nas suas prostituições com os demônios e não era digna do esposo. A resposta fazia sentido, e o fato assim permaneceu consumado. Lilith continuou assim a viver na companhia dos demônios, prostituindo-se com eles e dando origem a filhos igualmente demoníacos. Adão ficou só, e Deus achou que isso não era bom, sendo que criou uma segunda mulher: Eva. Eva foi também ela seduzida por Lúcifer, e dessa relação nasceu Caim.

   Certas mitologias dizem que o motivo que levou Lilith a abandonar o paraíso foi não só a sua recusa em submeter-se a Adão, mas também a sua incontrolável luxúria. Foi a lascívia que a levou a entregar-se a Lúcifer, com quem conheceu o prazer que não conseguia ter com Adão. Em troca das relações sexuais, Lúcifer concedeu a Lilith sabedoria mística e magica. Foi essa sabedoria esotérica, ( a magia negra), que deu a Lilith os meios para fugir do Paraíso e consumar a sua magia negra, através da prostituição com os demónios. Lilith foi por isso a primeira bruxa na história da humanidade. Ao contrário de Eva que morreu como qualquer ser humano, Lilith tornou-se consorte de Lúcifer, e metamorfoseou-se num demónio. 

   Lilith é um demónio succubus, que ataca os homens á noite e cavalgando sobre o corpo da sua vítima, lhes suga a alma através do contato carnal.

   A história de Lilith pode ter sido retirada da Bíblia durante algum dos Concílios de Trento, a interesse da Igreja Católica, para reforçar o papel das mulheres como devendo ser submissas, e não iguais, ao homem. Porém muitas pinturas e esculturas a retratam como a serpente que tentou Eva a comer o pomo do conhecimento.

   Segundo a etimologia judaica vulgar, o nome Lilith deriva de «Layil», que significa «noite». O mesmo nome, de acordo com as tradições assírio -babilónicas, significa «demónio feminino» ou «espírito dos ventos».
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Leia também:

* Azazel, O Deus-Bode
* Astaroth, O Grão Duque do Inferno
* Belial, O Antecessor de Miguel


quinta-feira, 22 de março de 2012

A Biblioteca de Nag Hammadi

   Nag Hammadi é uma aldeia no Egito, conhecida como Chenoboskion na antiguidade, cerca de 225 km ao noroeste de Assuan, com aproximadamente 30000 habitantes. É uma região camponesa onde produtos como o açúcar e o alumínio são produzidos. Nesta aldeia, o camponês Muhammad Ali as-Salmman, encontrou um grande pote vermelho de cerâmica, contendo 13 livros de papiro encadernados em couro. 

   No total descobriram cinquenta e dois textos naquele sítio que ficaram conhecidos como biblioteca de Nag Hammadi, contendo textos do antigo gnosticismo, além de incluírem também três trabalhos pertencentes à Corpus Hermeticum e tradução/alteração parcial de A República de Platão. Na introdução de sua obra The Nag Hammadi Library in English, James M. Robinson sugere que estes códices podem ter pertencido ao monastério de São Pacômio localizado nas redondezas e foram enterrados após o bispo Atanásio de Alexandria ter condenado o uso não crítico de versões não canônicas dos testamentos em suas Cartas Festivas de 367 d.C


   Os textos nos códices estão escritos em copta, embora todos os trabalhos sejam traduções do grego. O mais conhecido trabalho é provavelmente o Evangelho de Tomé, cujo único texto completo está na Biblioteca de Nag Hammadi.

Atualmente, todos os códices estão preservados no Museu Copta no Cairo, Egito.

Principais Textos da Biblioteca
:

Codex I (Codex Jung)
 

•    Prece do apóstolo Paulo
•    Apócrifo de Tiago
•    O evangelho da verdade
•    Tratado sobre a ressurreição
•    Tratado tripartite

Codex II


•    Apócrifo de João (versão longa)
•    Evangelho de Tomé
•    Evangelho de Filipe
•    Hipostasia dos arcontes
•    Sobre a origem do mundo
•    Exegese da alma
•    O livro de Tomé, o combatedor

Codex III


•    Apócrifo de João (versão curta)

•    Evangelho dos egípcios
•    Eugnossos, o abençoado
•    A sofia de Jesus Cristo
•    Diálogo do salvador

Codex V


•    Apocalipse de Paulo

•    Apocalipse de Tiago (I e II)
•    Apocalipse de Adão

Codex VI


•    Atos de Pedro e os 12 apóstolos

•    O trovão, mente perfeita
•    Ensimanteo autorizado
•    O conceito de nosso grande poder
•    Platão, República
•    Discurso sobre o oitavo e o nono
•    Prece de ação de graças
•    Asclépio

Codex VII


•    Paráfrase de Shem

•    Segundo tratado do grande Seth
•    Apocalipse de Pedro
•    Os ensinamentos de Silvano
•    As três estelas de Seth

Codex VIII


•    Zostrianos

•    Carta de Pedro a Felipe
•    Codex IX
•    Melquisedeque
•    O pensamento de Norea
•    Testemunho da verdade

Codex X


•    Marsanes


Codex XI


•    Interpretação do conhecimento

•    Exposição valentiniana
•    Alógenes
•    Hypsiphrone

Codex XII


•    Sentenças de Sexto

•    Fragmentos

Codex XIII


•    Protenóia trimórfica
•    Sobre a origem do mundo

quarta-feira, 21 de março de 2012

Belial, o antecessor de Miguel


   O sexagésimo oitavo espírito descrito na Ars Goetia. É um poderoso rei do inferno, comandante de Sheol (região infernal), foi criado junto com Lúcifer. Ele aparece na forma de dois anjos formosos que se sentam em uma carruagem do fogo. Fala com uma voz graciosa, e logo declara que caiu indignamente, e que ocupava o posto que pertencia a Miguel, e outros anjos do Éden. Sua função é distribuir cargos elevados e causar o favor dos amigos e inimigos. Ele concede espíritos familiares excelentes e reina sobre 80 legiões. Também é responsável pela luxúria, e foi por sua causa que as cidades de Sodoma e Gomorra caíram em tentação.


   É provavelmente o mais importante demônio na Terra, que comandava as forças da escuridão contra os "filhos da luz" que serviam Satã.

   Antes da sua queda, Belial  era o anjo da virtude, e no reino de Deus ocupava o supremo lugar hierárquico que após sua queda o arcanjo Miguel veio a assumir. 


   Antes da revolta contra Deus, Belial era o primeiro arcanjo da criação na hierarquia celestial, seguindo-se depois dele e em segundo lugar o arcanjo Miguel, depois Gabriel em terceiro, seguido de Uriel em quarto e Rafael em quinto. A sua expulsão do reino de Deus consolidou a hierarquia angélica tal como a conhecemos hoje em dia. 


   Na demonologia cristã, Belial é descrito como pertencente da categoria de anjos da vingança e anjos destruidores que estavam ao serviço de Deus, e atualmente é um demônio destruidor de tudo: casamentos, negócios, saúde e da felicidade em geral.


   A etimologia para seu nome é incerta. Alguns estudiosos verteram diretamente do hebreu como "sem valor" (Beli yo'il), enquanto outros traduziram como "não escravizado" (Beli ol), "O que não tem derrotas" (Belial) ou "nunca vencido" (Beli ya'al). Apenas alguns poucos etimologistas assumiram essas transcrições literais como origem de suas pesquisas.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Astaroth, o Grão Duque do Inferno


   O vigésimo nono espírito descrito na Ars Goetia.
Segundo alguns autores de demonologia, Astaroth é um grão duque do Inferno, sendo Satanás o imperador; seus principais ajudantes são três demônios chamados Aamon, Pruslas e Barbatos. No Dicionário Infernal, Astaroth é representado como um homem desnudo com asas, mãos e pés de dragão e um segundo par de asas com plumas abaixo do principal, levando uma coroa, segurando uma serpente com uma mão e cavalgando sobre um lobo ou um cachorro.


   Conhece todos os segredos da Criação e responde questões sobre o passado, presente e futuro. Pode fazer os homens sábios em todas as ciências liberais. Reina sobre 40 legiões de espíritos.
De acordo com Sebastian Michaelis é um demônio de primeira hierarquia que seduz por meio da beleza, da vaidade, filosofías racionalistas de ver o mundo e seu adversário é São Bartolomeu, que pode proteger contra ele porque venceu as tentações de Astaroth.


   Seu nome têm origem no hebraico, que significa "Multidão", "Assembléia", "Rebanho". Poderoso, mas desaventurado, afirmam ter sido condenado injustamente à sua situação. Patrono dos banqueiros e homens de negócios. Representa a ganância e a confirmação da posse. Ele também governa as paixões por jogo à dinheiro; mesmo sendo de personalidade extremamente possesiva, ele nunca irá roubar, dando preferencias, a pactos e ao comércio. Citado algumas vezes na Bíblia, como em II Reis 23:13, onde na versão NVI é citado como "a detestável deusa dos sidônios"

terça-feira, 20 de setembro de 2011

A Era de Aquário

   A Era de aquário começará, segundo alguns astrólogos, em meados do século XXV, mas acredita-se que antes deve ocorrer uma transformação para inaugurá-la definitivamente, pois a humanidade atual sendo a Raça Ariana viverá um processo de aperfeiçoamento e desenvolvimento de todo o seu potencial espiritual, mental, emocional e físico. Para assim, então, desenvolver uma civilização maravilhosa. 

   Entretanto, temos que salientar que somente após os primeiros mil anos é que será o período realmente típico das características de Aquário. A terra que se encontra em uma idade mediana é um mundo para que as almas vivam suas experiências de aprendizagens. Os homens e todos os seres físicos mesmo quando morrem, seus espíritos voltam a encarnar e segundo o que fizeram em suas vidas. Assim, através de muitas vidas é que evoluem tal como em uma escola.

   A Era de Aquário e sua extensão, a Era de Capricórnio, serão Eras de perfeição e um tempo glorioso. Tempo esse em que começará o "Sabath" (tanto Aquário como Capricórnio são um Sabath microcósmico), um período de plena maturidade, luz e perfeição, no qual se passa o conhecido "Dia do Juízo Final", onde são julgadas as almas de um ciclo completo de 25920 anos (também conhecido com o Ano Platônico), pela última vez, semelhante a um exame final.

   Então os que entrarem neste Sabath das Eras de Aquário e Capricórnio serão as que farão parte do Esplendor da Raça Ariana (Em analogia com o Cristianismo podemos dizer quer que esse seria o Reino de Deus).
Ainda em Aquário nascerá a Sétima (e última) Família da Raça-Raíz* Ariana, também chamada de Família Sabática, composta por todos os sobreviventes e a partir de então, nas Eras seguintes, começarão a se firmar as bases para a Sexta Raça-Raíz, Coradhi.

*A vida que evoluiu e involuiu em um antiquíssimo planeta, que hoje é a nossa desolada Lua (chamada também de Terra-Lua ou Terra-Selene), reencarnou-se no planeta Terra. Aqui, numa nova etapa,  deverá evoluir e involuir, formando ao todo sete expressões civilizatórias, chamadas esotericamente de “7 Raças-Raízes”

sábado, 3 de setembro de 2011

Eras Astrológicas

   Durante o tempo das diferentes Eras, os sucessos humanos tomam o curso das características do signo da constelação em que estão estacionados.

   Uma Era Astrológica é um período de tempo que corresponde ao deslocamento de 30° graus do eixo terrestre devido ao fenômeno que conhecemos por Precessão dos Equinócios, equivalente a um mês do Ano Platônico ou cilco equinocial, isto é, o período que a precessão da Terra demora para dar uma volta completa no zodíaco, o que ocorre aproximadamente a cada 26000 anos.

   A duração de cada era está relacionada com o tempo em que esta precessão equinocial tem sobre determinada constelação segundo o seu tamanho, pois não são regulares. Em geral cada era dura em torno de 2000 a 2300 anos, porém há constelações muito maiores como a de Virgem, por exemplo, na qual uma era duraria aproximadamente 3000 anos.


FASES DOS CICLOS:

   O Grande Ano Platônico de quase 26000 anos é na realidade, dentro de sua analogia obviamente, como um ano normal de 365 dias. Tem as mesmas fases análogas, estações, solstícios e equinócios.
O "Ano Ciclo" existe em escalas, em formas miscroscósmicas e em formas macrocósmicas, existe o Ano Tropical ou Ciclo Anual que marca o tempo de 365 dias onde o sol se move em aparência e marcam-se o tempo e ao final parece voltar para o mesmo ponto, existe também o Ciclo Diário, ou seja, o dia onde o sol se move em aparência ao redor da terra em 24 horas.
Nós realmente estamos rodeados de ciclos e ciclos dentro de ciclos. Inclusive existem ciclos maiores ao Ano Platônico; o Ano Galático que é o ciclo completo de nosso sistema solar ao redor da galáxia, o que ocorre entre 220 e 250 milhões de anos.

   Um ciclo consiste em quatro fases principais que afetam a evolução da consciência.
O Grande Ano Platônico não escapa a essa lei e manifesta as mesmas fases, o marcador é o Centro Galático que é como um sol maior. O Centro Galático nasce na Era de Leão, cresce na Era de Touro, esplendoreia-se na Era de Aquário e diminui na Era de Escorpião.

   Do signo de Câncer até Virgem é o nascimento da consciência, de Libra a Sargitário é o crescimento da consciência à planos superiores, posteriormente a consciência do espírito é plena e madura em Capricórnio até Peixes. Em Áries o espírito morre e encarna na materia novamente e sua consciência adormece ao vincular-se com seu crescimento material passando involucionariamente por Touro e Gêmeos.
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Leia também:

* A Era de Aquário

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

São Lúcifer

   Lúcifer de Cagliari ou Lúcifer Calatariano foi um Obsipo de Cagliari, na Sardenha, Itália. Viveu entre os princípios do século IV até por volta do ano 370 d.C. 

   Sua primeira aparição na história eclesiástica foi em 354 d.C. quando foi enviado pelo Papa Libério para solicitar ao imperador Constancio II para que o mesmo convocasse um concílio para tratar das acusações contra São Atanasio e sua prévia condenação. Este concílio foi realizado em Milão. Lúcifer defendeu ao Obispo de Alexandria (São Atanasio) com tanta paixão e em um tom de voz violento, que deu aos adversários do grande alexandrino um pretexto para o ressentimento e mais violência e assim causando uma nova condenação a Atanasio. Constâncio II, pouco acostumado à independencia dos Obispos maltratou ferozmente Lucifer e seu colega Eusébio de Vercelli. Lucifer foi então enviado exilado para a Siria e depois para a Palestina.

   Enquanto estava no exilio Lucifer escreveu uma carta intitulada "Ad Constantium Augustum pro sancto Athanasio libri", uma eloquente defesa da igreja ortodoxa, mas com uma linguagem tão exagerada que passou dos limites e do propósito ao qual deveria servir.

   Após a morte de Constâncio II em 361 d.C., Juliano o Apóstata permitiu a todos os exilados que voltassem às suas cidades. Lucifer foi então à Antióquia e de imediato se informou das divergências que dividiam o partido católico. Ele então se opôs ao obispo Melécio de Antióquia que passou a aceitar o Credo de Nicéia. Embora Melécio tivesse o apoio de muitos proponentes da teologia de Niceia em Antioquia, Lúcifer apoiou o partido Eustatiano, que tinha se mantido firme no credo de Niceia, e prolongou assim o cisma entre os melecianos e os eustatianos ao consagrar, sem licença prévia, um certo Paulino como bispo. Feito isso, ele retornou à Cagliari onde, formou uma pequena seita chamada "Os Luciferianos". 

   Esta seita pregava que todos os sacedotes que perteciam ao arianismo deveriam ser privados de sua dignidade, e que deviam ser excomungados os obispos que reconheciam os direitos dos hereges arrependidos. Ao encontrarem forte oposição, os luciferianos delegaram dois sacerdotes; Marcelino e Faustino, para apresentar uma petição, conhecida como "Libellus precum", ao imperador Teodosio, explicando suas queixas e reclamando proteção. O imperador então proibiu que os perseguissem. 

   Após morte de Lucifer, os luciferianos foram liderados pelo seu principal discípulo, São Gregório de Elvira.


LUCIFER COMO SANTO

   Uma capela na Catedral de Cagliari é dedicada à São Lucifer. Mas seu status como santo é tema de controvérsias.

   Jonh Henry cita em seu livro "Dictionary of Sects, Heresies, Ecclesiastical Parties, and Schools of Religious Thought":

   "A igreja de Cagliari celebrou a festa de um São Lúcifer em 20 de maio. Dois arcebispos da Sardenha escreveram contra e à favor da santidade de Lúcifer. A congregação da Inquisição impôs silêncio em ambas as partes e decretou que a veneração de Lúcifer deveria permanecer como está. Os Bolandistas defenderam este decreto da congregação... alegando que o Lúcifer em questão não é o autor do cisma, mas outro que teria sofrido martírio na perseguição dos vândalos"
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terça-feira, 23 de agosto de 2011

Goetia (Ars Goetia)

   Goetia ou Ars Goetia, trata-se do primeiro grimório do século VXII, A Chave Menor de Salomão. Muito desse texto, entretanto, apareceu mais cedo, por volta do século XIV. A Goetia se baseia na tradição judaico-cristã na qual o rei Salomão de Israel fora presenteado com um sistema que lhe dava poder e controle sobre os principais demônios da Terra e todos os espíritos menores governados por eles. Assim, Salomão, e depois seus discípulos, teriam poderes sobrenaturais, como invisibilidade, sabedoria sobre-humana e visões do passado e futuro.

   A Goetia contém a descrição dos 72 demônios, os quais Salomão teria invocado e confinado em um recipiente de bronze selado por símbolos mágicos, assim obrigando os demônios a trabalharem para ele.
Segue abaixo a lista dos 72 demônios descritos em A Chave Menor de Salomão:

1. Baal 

2. Agares;
3. Vassago;
4. Samigina;
5. Marbas;
6. Valefor;
7. Amon;
8. Barbatos;
9. Paimon;
10. Buer;
11. Gusion;
12. Sitri;
13. Beleth;
14. Leraie;
15. Aligos;
16. Zepar;
17. Botis;
18. Bathin;
19. Saleos;
20. Pierson;
21. Marax;
22. Ipos;
23. Aym;
24. Neberius;
25. Glasya-Labolas;
26. Bune;
27. Ronove;
28. Berith;
29. Astaroth;
30. Forneus;
31. Foras;
32. Asmoday;
 
33. Gaap;
34. Furtur;
35. Marchosias;
36. Stolas;
37. Phenex;
38. Halphas;
39. Malphas;
40. Raum;
41. Focalor;
42. Vepar;
43. Sabnock;
44. Shax;
45. Vine;
46. Bifrons;
47. Vual;
48. Hagenti;
49. Crocell;
50. Furcas;
51. Balam;
52. Alloces;
53. Camio;
54. Murmur;
55. Orobas;
56. Gremory;
57. Ose;
58. Amy;
59. Orias;
60. Vapula;
61. Zagan;
62. Valac;
 
63. Andras;
64. Haures;
65. Andrealphus;
66. Cimejes
67. Amdusias;
68. Belial;
69. Decarabia;
70. Seere;
71. Dantalion;
72. Andromalius;


   O sistema de invocação é simples, embora construído de uma maneira a impressionar os participantes. Entre seus elementos mínimos temos:, A Varinha, O Círculo, o Triângulo, o Selo, o Hexagrama e o Pentagrama.

   A Varinha serve como instrumento coordenador expressando a
vontade do ocultista. O Círculo é traçado no chão e tem o propósito de proteger o mago.
O Triângulo é o espaço dentro do qual o espírito goético é invocado e confinado.
O Selo é individualizado para cada um dos 72 espíritos e supostamente serve de conexão entre o mundo físico e o espiritual. O Pentagrama e o Hexagrama por fim, são amuletos de proteção.
 
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domingo, 6 de março de 2011

São Cipriano, o feiticeiro

   São Cipriano de Antióquia (não confundir com São Cipriano, o bispo de Cartago) viveu no século III d.C.. 

   O relato mais conhecido sobre sua vida é de que ele nasceu em Antióquia (uma antiga cidade erguida na margem esquerda do rio Orontes, uma região entre a Síria e a Arábia, pertecente a Fenícia). Filho de pais pagãos e possuidores de grandes riquezas, foi um homem de grande conhecimento cultural adquirido em muitas de suas viagens e chegou a ser um profundo conhecedor de magia. 

   Desde sua infância foi induzido aos diversos estudos da feitiçaria e ciências ocultas, entre elas a alquimia, astrologia e adivinhação. Depois de muito conhecimento acumulado ao longo de todas as suas viagens por Grécia e Egito, aos 30 anos de idade Cipriano chega à Babilônia com o intuito de aprender a cultura ocultista dos Caldeus. 

   Nessa época ele conheceu a Bruxa de Évora, com a qual teve oportunidade de intensificar seus estudos e aperfeiçoar sua técnica da premonição. Depois da morte Évora, seus manuscritos ficaram com Cipriano e lhe foram de grande proveito. O feiticeiro dedicou-se arduamente e se tornou conhecido, respeitado e temido onde quer que fosse. 


CONVERSÃO AO CRISTIANISMO 

   Em Antióquia viva um linda jovem chamada Justina. Seus pais a educaram segundo as tradições pagãs. Mas, ouvindo as pregação do diácomo Prailo, Justina se converteu ao cristianismo, se dedicando muito as orações, consagrando e preservando sua virgindade. 

   Um jovem rico chamado Aglaide se apaixona por Justina e os pais da moça, agora já convetidos à fé cristã, concedem a mão da filha ao seu pretendente. Justina, no entanto, não aceitou casar-se e então Aglaide recorreu a Cipriano para que o feiticeiro usasse seus poderes de modo que a donzela abandonasse seus votos de fé e se entregasse ao matrimônio.

   Cipriano induziu Justina à tentações demoníacas, utilizando um pó que despertaria a luxúria, ofereceu sacrifícios aos demônios e empregou várias obras malígnas. Porém, não obteve resultado, pois Justina defendia-se com orações a Deus e sinais da cruz. A ineficácia dos feitiços diante da resistência da moça, fez com que Cipriano se desiludisse profundamente perante sua fé pagã e se voltasse contra o demônio. 

   Influenciado por Eusébio (um amigo cristão) o bruxo se converteu ao cristianismo, chegando inclusive ao ponto de queimar seus manuscritos de feitiçaria e distribuir seus bens aos pobres. 


MORTE 

   As notícias da conversão e das obras cristãs de Cipriano e Justina chegaram ao imperador romano, Diocleciano, que se encontrava na Nicomédia. Assim, foram perseguidos, presos e torturados. 

   Diante do imperador viam-se forçados a negar a fé cristã. Justina foi chicoteada e Cipriano açoitado com pentes de ferro, porém não cederam. Furioso com a resistência dos dois, Diocleciano os lançou numa caldeira em chamas. Os mártires, no entanto, não renunciaram e tampouco transpareciam sofrimento. 

   O feiticeiro Athanásio, que havia sido discípulo de Cipriano, julgou que todas as torturas não sortiam efeito devido a algum feitiço lançado pelo seu ex-mestre. Na tentativa de desafiar Cipriano e elevar a própria moral, Athanasio invocou os demônios e atirou-se na caldeira. Seu corpo foi dizimado pelo calor em poucos segundos. 

   Após este fato, Diocleciano finalmente ordenou a morte de Justina e Cipriano. Eles foram decapitados às margens do rio Galo, na Nicomédia. Seus corpos ficaram exposto por 6 dias até serem recolhidos por um grupo de cristãos e os levaram à Roma. 

   Durante o império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão. 


LIVRO DE SÃO CIPRIANO 

   É um grimório publicado em vários países, contendo rituais de magias branca e negra. O Livro de São Cipriano, é hoje, uma verdadeira coleção, mas, na verdade, São Cipriano escreveu apenas um: Livro de São Cipriano de Capa Preta, o único a conter a legítima oração da Cabra Preta. 

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