domingo, 6 de março de 2011

São Cipriano, o feiticeiro

   São Cipriano de Antióquia (não confundir com São Cipriano, o bispo de Cartago) viveu no século III d.C.. 

   O relato mais conhecido sobre sua vida é de que ele nasceu em Antióquia (uma antiga cidade erguida na margem esquerda do rio Orontes, uma região entre a Síria e a Arábia, pertecente a Fenícia). Filho de pais pagãos e possuidores de grandes riquezas, foi um homem de grande conhecimento cultural adquirido em muitas de suas viagens e chegou a ser um profundo conhecedor de magia. 

   Desde sua infância foi induzido aos diversos estudos da feitiçaria e ciências ocultas, entre elas a alquimia, astrologia e adivinhação. Depois de muito conhecimento acumulado ao longo de todas as suas viagens por Grécia e Egito, aos 30 anos de idade Cipriano chega à Babilônia com o intuito de aprender a cultura ocultista dos Caldeus. 

   Nessa época ele conheceu a Bruxa de Évora, com a qual teve oportunidade de intensificar seus estudos e aperfeiçoar sua técnica da premonição. Depois da morte Évora, seus manuscritos ficaram com Cipriano e lhe foram de grande proveito. O feiticeiro dedicou-se arduamente e se tornou conhecido, respeitado e temido onde quer que fosse. 


CONVERSÃO AO CRISTIANISMO 

   Em Antióquia viva um linda jovem chamada Justina. Seus pais a educaram segundo as tradições pagãs. Mas, ouvindo as pregação do diácomo Prailo, Justina se converteu ao cristianismo, se dedicando muito as orações, consagrando e preservando sua virgindade. 

   Um jovem rico chamado Aglaide se apaixona por Justina e os pais da moça, agora já convetidos à fé cristã, concedem a mão da filha ao seu pretendente. Justina, no entanto, não aceitou casar-se e então Aglaide recorreu a Cipriano para que o feiticeiro usasse seus poderes de modo que a donzela abandonasse seus votos de fé e se entregasse ao matrimônio.

   Cipriano induziu Justina à tentações demoníacas, utilizando um pó que despertaria a luxúria, ofereceu sacrifícios aos demônios e empregou várias obras malígnas. Porém, não obteve resultado, pois Justina defendia-se com orações a Deus e sinais da cruz. A ineficácia dos feitiços diante da resistência da moça, fez com que Cipriano se desiludisse profundamente perante sua fé pagã e se voltasse contra o demônio. 

   Influenciado por Eusébio (um amigo cristão) o bruxo se converteu ao cristianismo, chegando inclusive ao ponto de queimar seus manuscritos de feitiçaria e distribuir seus bens aos pobres. 


MORTE 

   As notícias da conversão e das obras cristãs de Cipriano e Justina chegaram ao imperador romano, Diocleciano, que se encontrava na Nicomédia. Assim, foram perseguidos, presos e torturados. 

   Diante do imperador viam-se forçados a negar a fé cristã. Justina foi chicoteada e Cipriano açoitado com pentes de ferro, porém não cederam. Furioso com a resistência dos dois, Diocleciano os lançou numa caldeira em chamas. Os mártires, no entanto, não renunciaram e tampouco transpareciam sofrimento. 

   O feiticeiro Athanásio, que havia sido discípulo de Cipriano, julgou que todas as torturas não sortiam efeito devido a algum feitiço lançado pelo seu ex-mestre. Na tentativa de desafiar Cipriano e elevar a própria moral, Athanasio invocou os demônios e atirou-se na caldeira. Seu corpo foi dizimado pelo calor em poucos segundos. 

   Após este fato, Diocleciano finalmente ordenou a morte de Justina e Cipriano. Eles foram decapitados às margens do rio Galo, na Nicomédia. Seus corpos ficaram exposto por 6 dias até serem recolhidos por um grupo de cristãos e os levaram à Roma. 

   Durante o império de Constantino, os restos mortais foram enviados para a Basílica de São João Latrão. 


LIVRO DE SÃO CIPRIANO 

   É um grimório publicado em vários países, contendo rituais de magias branca e negra. O Livro de São Cipriano, é hoje, uma verdadeira coleção, mas, na verdade, São Cipriano escreveu apenas um: Livro de São Cipriano de Capa Preta, o único a conter a legítima oração da Cabra Preta. 

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